E aos poucos vou morrendo

Engraçado a forma como nós mesmos nos maltratamos, nos mesmo nos sabotamos...

Meu vício em você é algo inexplicável. 
Tu me causa mal, suga minhas energias de um jeito que nunca ninguém fez igual.

Mas meu desejo, minha ânsia por ti vai além de tudo isso.

Me machuco, você me machuca e eu continuo alí, cutucando a ferida aberta. 

Ela quer curar, mas eu mesma não deixo. 
Ela quer cicatrizar, mas eu mesma inflamo.

As migalhas são conforto para o coração doente. 
A mente já não sabe mais que caminho seguir.

Já não é insistência.

É vício.

É costume.

É mania.

É o prazer das breves palavras trocadas, de um sorriso rápido, da esperança da troca de olhares.

Ah, a esperança... 

Ah, esse meu jeito estranho de ser. 
Essa alma de artista que faz a intensidade dos sentimentos aumentarem.

A ansiedade vai me matando cada dia mais.

Falta ar.

Falta fôlego.

Falta coragem.

Ah, a coragem...

Se você pudesse ver minha alma, meu coração. 
Se você quisesse ver meu interior...

Veria a bagunça que você me causa.

O barulho que ecoa quando penso em você e a calma que sinto quando estou ao seu lado.

Chorar já não sei se alivia, escrever também não. 

Nos momentos de loucura em te querer é que chego a conclusão de que aos poucos estou morrendo.

Eu que não acredito no amor, ou melhor, que não quero acreditar começo a pensar que gostar de alguém é assim mesmo...

É morrer um pouquinho a cada um desses sentimentos.

Gostar de alguém que não gosta de você da mesma maneira é morrer um pouco a cada dia por tempo indeterminado.